Premeditei meu Coração
Assim como em outras ocasiões, premeditei meu coração. Estava sozinho e por isso me entreguei, não de corpo e alma, mas de coração. Permiti-me ser seduzido por maquiagem e um sorriso cativante, uma beleza que para alguns era encanto, e para outros, charme. Hoje, aos meus olhos presentes, vejo que não passava de ilusão. Agora acredito que meus olhos seriam capazes de discernir o que verdadeiramente deve atrair. Isso, sem dúvida, vai muito além de meramente agradar aos olhos com uma beleza estética. É uma premissa que, mais cedo ou mais tarde, ao buscar respostas ou simplesmente reflexões, perceberá que elas emergem sem artifícios, sem a maquiagem daquilo que as pessoas tendem a imaginar ao antecipar seus desejos e medos. É uma situação que surge sem aviso prévio, que simplesmente floresce, e quando se dá conta, estará envolto pelo encanto, pela beleza, e às vezes pelo perfume. Claro, sorrisos ajudam, mas o que verdadeiramente perturba é o antecipar, o premeditar, acreditar que, por estar com alguém que agrada aos olhos, irá, por certo, conquistar também o coração.
A maturidade me trouxe a compreensão de que a verdadeira conexão vai além da superfície. É a profundidade dos sentimentos e a sintonia das almas que alimentam os laços duradouros. Aos poucos, aprendi a valorizar a autenticidade, a entrega genuína e a capacidade de compreender as nuances do coração.
Às vezes, nos deixamos envolver por aparências, mas percebo agora que a verdadeira essência de uma pessoa se revela com o tempo. São os gestos desinteressados, as palavras sinceras e a empatia que constroem alicerces sólidos em qualquer relação.
A ilusão da superficialidade cede espaço para a busca pela profundidade emocional. Aprendi a apreciar as conversas que vão além do trivial, as trocas de experiências que enriquecem a alma e os momentos de silêncio compartilhados, onde as emoções falam mais alto do que as palavras.
Hoje, enxergo a beleza na autenticidade, na capacidade de se mostrar vulnerável e na coragem de enfrentar os desafios do coração. Valorizo cada riso genuíno, cada lágrima sincera e cada abraço que transmite calor humano.
O tempo me ensinou que a verdadeira conexão é um encontro de almas, uma dança de sentimentos que transcende qualquer ilusão superficial. E é nessa dança que encontro a verdadeira essência do amor e da verdadeira gratificação do coração.
Mulheres! Quem são e o que querem?
Dê de mais a elas e ganhe de menos; dê de menos e talvez elas queiram de mais. Ainda que ganhem de tudo, simplesmente não estarão felizes se não houver sentimento. E para conquistá-las de vez, deixe junto uma dedicatória sincera e apaixonada; elas simplesmente sorrirão sozinhas e brilharão os olhos.
Talvez elas sejam de fato bobas, burras e choronas, mas ainda assim eu as adoro. Assumo isso sem problema nenhum. Assumo também que não conseguiria viver sem uma companhia feminina. O problema é encontrar alguém que realmente vale a pena investir tempo, coragem e, acima de tudo, sinceridade! Afinal, eu as adoro, mas não posso oferecer tudo isso a todas, e mesmo que pudesse, não seria justo com elas, comigo e muito menos com o bom senso de ambos.
Encontrar alguém para dividir intimidades é realmente exaustivo e pertinente. Por mais que se cruze com dezenas, centenas ou milhares de pessoas por dia, você nunca vai saber quem pode ser perfeito para você. E ainda mais importante que isso, você nunca vai saber se é o número da pessoa que você se sentiu atraído, seja por alguma coisa que ela está vestindo, pelo corte de cabelo, pela roupa curta ou pela tatuagem que lhe atraiu as duas cabeças. Você só terá certeza após conhecê-la, após haver trocado fluidos e pensamentos.
Quando deixamos de conhecer alguém, deixamos uma oportunidade para trás; deixamos uma porcentagem, por menor que ela seja, de encontrar uma pessoa interessante. Por isso, afirmo que a ausência de educação dispersa a ausência de simpatia, que por sua vez afasta os elogios e a beleza que existe nela, na minha humilde opinião. Prefiro as que dão sorrisos às que são fechadas e cheias de ego. Prefiro as que cumprimentam desconhecidos às que erguem o pescoço e seguem dentro do seu mundo afora. Prefiro as que fazem o que querem e com quem querem, quando querem, às que ficam fazendo fachada de boa moça para não deixar que falem delas no outro dia.
Mulheres autênticas não precisam de favores, não se iludem com promessas rápidas, e quando escolhem alguém para trocar intimidades, quase sempre é para sempre. E não confunda intimidade com sexo ou pegação; associe intimidade a pensamentos íntimos e reais, coisas que você só conta para melhores amigos ou para você mesmo. Pois no final de tudo, a única coisa que o tempo deixa sobrar é a intimidade de uma boa conversa, a intimidade de uma troca de sorrisos e, por mais ruim que seja, a intimidade de uma briga verdadeira e sufocante, de algo que você já não aguentava mais.
Talvez cruze com alguém que me remeta a tais intimidades. Enquanto isso, continuo me perguntando: mulheres, quem são e o que querem?
2 anos ago Ensaio, Reflexão • Tags: mulher, mulheres, relacionamentos, relações