A Servidão Moderna

O consumo excessivo das massas e o domínio do capital sobre o poder público não são nada mais do que reflexos da nossa capacidade natural de estar no topo da cadeia alimentar. A mercadoria, porém, é o combustível para o capital gerar mais combustível, ou seja, mais mercadoria que gerará mais e mais combustível, em um ciclo interminável que poderá gerar o nosso fim. Somos reféns da nossa causa e causadores da nossa extinção. A desigualdade causada pela má distribuição de renda e consumo excessivo de uns perante outros é simplesmente reflexo dessa natureza; contudo, nenhuma natureza terrestre é tão desigual quanto a do homem, talvez por ser muito mais competitiva e violenta que qualquer outra. Os meios nos trazem o que consumir, e só esses meios são os principais fatores nessa corrida “sem pódio ou beijo de namorada”… O rádio, carro, televisão, computadores e celulares são os principais meios de comunicação, permitindo que as mercadorias cheguem até nós de qualquer lugar da Terra, facilitando até mesmo o transporte material, visual e digital dessas mercadorias. As publicidades governamentais, privadas ou sem fins lucrativos não são nada mais do que formas de avisar, informar e, por que não, conscientizar aqueles que estão retardatários dentro dessa competição. A igualdade, assim como tratou o documentário, talvez nunca seja solucionada e alcançada; entretanto, da mesma forma que os meios de comunicação ajudam nos transportes de mercadorias e produtos, eles também ampliam o conhecimento e avisam que situações de extrema pobreza existem e estão por todo o mundo, possibilitando e, por que não, uma busca para que isso tenha fim. Resta então questionar apenas se a felicidade de que tanto se fala está sendo buscada ou sequer alcançada. Em minha opinião, não se trata de felicidade ou querer estar feliz, pois essa felicidade não é nada mais do que uma mercadoria, igual à que o documentário está taxando de condenatória e superficial, tentando vendê-la da mesma forma que a condena. Escravo ou não, nós somos singulares e queremos uma fatia do bolo. Apesar da nossa singularidade e egoísmo, somos seres coletivos e isso ainda é a forma mais eficaz de nos mantermos vivos; por isso, a busca incessante por mais mercadorias continuará, mais rápida e, quem sabe, mais eficaz, podendo levar mais para quem tem de menos. O poder não deve ser conquistado; ele já é nosso.

“Revolução eu fazer de maneira diferente, tiro o ódio do coração e tenta usar mais a mente”,
Stab – Planet Hemp

Análise e posição sobre o documentário A Servidão Moderna, de Jean-François

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