A ironia se destaca na obra, com o cego, aparentemente alheio ao cerne do problema — a luz, ou a falta dela — sendo o gatilho para o conflito. Este personagem, sem interesse direto na questão da iluminação, incita os demais passageiros a reagir, não necessariamente para solucionar o problema, mas como um impulso inicial para expressar seu descontentamento com a situação precária.
A Servidão Moderna
![A Servidão Moderna](/wp-content/uploads/2024/03/DALL·E-2024-03-24-02.24.25-Recreate-the-iconic-image-in-a-16_9-format-capturing-a-group-of-people-from-various-walks-of-life-wearing-3D-glasses.-They-are-seated-in-rows-lookin-300x171.webp)
O consumo excessivo das massas e o domínio do capital sobre o poder público não são nada mais do que reflexos da nossa capacidade natural de estar no topo da cadeia alimentar. A mercadoria, porém, é o combustível para o capital gerar mais combustível, ou seja, mais mercadoria que gerará mais e mais combustível, em um ciclo interminável que poderá gerar o nosso fim. Somos reféns da nossa causa e causadores da nossa extinção. A desigualdade causada pela má distribuição de renda e consumo excessivo de uns perante outros é simplesmente reflexo dessa natureza; contudo, nenhuma natureza terrestre é tão desigual quanto a do homem, talvez por ser muito mais competitiva e violenta que qualquer outra.
Homens da Lei
![Homens da Lei](/wp-content/uploads/2023/12/Forum_Romanum_Rom-Lei-Justica-vacuo-300x147.jpg)
Se refletirmos sobre o passado, é evidente que a violência sempre foi e, por algum tempo, continuará a ser empregada pelos seres humanos na sociedade, sob o controle de leis e estratificações sociais. Surge um estranhamento ao considerarmos valores e o conceito de uma pessoa “boa”. A sociedade estabelece regras inquestionáveis, uma linha invisível que seguimos ao longo da história.