Nós como onda
Quem já viu o filme “A onda”? Onde uma escola coloca seus alunos uns contra os outros em cima de uma única base. Criar um critério ou querer mostrar que a ganância alemã tinha seus princípios, morais, sociais e até naturais. Mostrar uma verdade que tecnicamente é impossível de ser explicada não é tarefa fácil; sempre há de compor dois lados e até quando não provarem o contrário, ela ainda será a melhor forma de esclarecer qualquer situação que seja.
A onda que nos move ou que move o planeta, e por aí vai, ainda é desconhecida, ainda é um enigma. Buscar uma razão, um deus ou uma fórmula matemática para se explicar cada passo e cada ângulo é necessário; nos faz vivo e em busca de um nível mais alto. Se alimentar e prosseguir são deveres de praticamente todo ser vivo. De forma matemática, poderíamos entender com um simples cálculo somando 1 + 0 que será igual a 1, assim como 0 + 1 será igual a 0. Um é pelo outro e o outro por ele. Religiosamente poderíamos dizer para você, “…amar o teu próximo como a ti mesmo…”; podemos entender ou imaginar uma prática balança, que estabiliza as relações e controla os ânimos, estreita as paredes do nosso próprio ego; que quanto mais nivelado, melhor e mais fácil a gente se encontra.
Imagino que quando se pensa demais para um lado, o indivíduo comete erros de percurso e atrasos que atrapalham a ele mesmo. Pressa demais causa acidentes, perda de tempo e um retrocesso particular. Se jogarmos o peso para o outro lado, vemos o contrário, afinal, a lentidão não é nenhum adjetivo de que se possa orgulhar. Quando se mantém o controle, está a navegar por ondas que atravessam mares e turbulências. Não se deixem enganar pela ideia de “deixar acontecer naturalmente” ou de “deixa a vida me levar e a vida leva eu”. Nossa balança apenas se mantém nivelada com ondas que conseguimos suportar. Encare isso como quiser; trabalho, fé ou seu time do coração. Eu prefiro encarar como pensamento, raciocínio e até lógica, que para mim soa como trabalho ardoroso e exaustivo, longo e pertinente para muitos. Afinal, tudo que possui vida se move, então trabalhemos para suportar as adversidades que constroem muros que separam vizinhos e nações.
Finalizando e deixando claro que não cheguei a lugar nenhum, digo que é tudo uma questão de ponto de vista e referência. Suas dores e problemas são singulares, somente a sua pessoa, como já esclarecia o pequeno príncipe, “… tu és responsável por aquilo que cativas…”. Navegar por ondas em pranchas individuais sem atrapalhar outros navegantes significa lidar com situações de risco que podem ficar mais fáceis se tivermos vizinhos que também estão atentos, não só em preservação da própria vida, mas em sintonia com quem está ao lado, sempre atentos para pequenos deslizes que possam vir a cometer no caminho. Respeitar ainda é para poucos e aguentar críticas para muito menos. Cada um tem sua razão concreta e quase impenetrável, igual a um filme de bang-bang, fim de novela com vilão feliz e telejornal acabando com os gols da rodada.
Matematicamente calculando, religiosamente tendo fé e dentro da Lei, digo que a competição é necessária para que haja evolução, e a tal da evolução necessita de competição. As ondas só se movem por força de outras e sozinho nem o padre faz missa.
Homens da Lei
Se refletirmos sobre o passado, é evidente que a violência sempre foi e, por algum tempo, continuará a ser empregada pelos seres humanos na sociedade, sob o controle de leis e estratificações sociais. Surge um estranhamento ao considerarmos valores e o conceito de uma pessoa “boa”. A sociedade estabelece regras inquestionáveis, uma linha invisível que seguimos ao longo da história.
Então, questionamos: para onde estamos nos dirigindo? Onde estão nossos valores, nosso respeito? Percebemos que, aparentemente, não temos mais opções; resta apenas o declínio.
No entanto, com otimismo e fé, a justiça ainda pode superar as expectativas. Podemos pensar que a situação poderia ter terminado de maneira pior. Ou, ao voltarmos ao passado, poderia ter um desfecho mais sombrio do que o atual.
Ao analisarmos ambas as perspectivas, a primeira nos leva a crer que estamos piorando progressivamente, rumando inevitavelmente para o fracasso, de maneira suave e tranquila. Já a segunda opção nos coloca diante do que já fomos e do que podemos nos tornar, sugerindo uma melhoria gradual. Optar pela primeira forma de pensamento significa aceitar o fracasso como destino humano. No entanto, ao escolher a segunda opção, vislumbramos uma possibilidade de melhoria, considerando que no passado as condições eram mais adversas.
Por que não escolher a segunda opção? Pensemos nas pessoas que desejam agir corretamente, mas ainda não sabem como. Viemos de um mundo onde a competição é necessária, seja por dinheiro ou sobrevivência. Todos os seres vivos procuram manter-se, recorrendo à violência se necessário. A única espécie que trocou isso por algo valioso e disputado nos dias de hoje somos nós, os seres humanos. Após adquirirmos dinheiro, o transformamos em sociedade, buscando assim nos aproximar do próximo, ter contato e sermos sociais, independentemente de raça, etnia, religião ou sexo. Por isso, afirmo que ainda estamos longe do sucesso, mas estamos caminhando em direção a ele.
Somente quando a violência chegar ao fim seremos verdadeiramente ricos, em todas as formas possíveis.
2 anos ago Filosofia, Reflexão, Reflexão Social • Tags: Ensaio, Homens da Lei, Justiça, Justiça Social, Lei, pensamento, reflexão