Pensamentos do Vácuo
Atravessando o nada e compondo o todo
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não há nada de novo debaixo do sol

Não há nada de novo debaixo do sol

“Dois homens de meia-idade conversam na varanda de uma casa, apreciando o pôr do Sol. Um deles diz: ‘Quando o mundo estiver nas mãos dos jovens, a civilização estará acabada. Eles não respeitam os valores tradicionais de nossos antepassados. Eles são fúteis e irresponsáveis. Só pensam em diversão e não querem nada com estudo e trabalho.’

Isso, meus caros, passou-se na época dos gregos, mais ou menos quinhentos anos antes de Cristo. Então fica a pergunta: mudou alguma coisa? Logo se pensa: debaixo do sol não há nada de novo, é tudo uma questão de tempo!

No texto, que se passa há mais de 2500 anos, mostra-se algo que, apesar de antigo, é tão atual quanto o próprio presente. As reclamações sempre existiram e não irão cessar antes do nosso fim. Quando chegarmos a um determinado tempo de vida, vamos acreditar que aquele tempo ainda é pior do que o que vivemos hoje. Pode-se tirar exemplo de senhores em praças e rodoviárias, alimentando pombos e jogando conversa fora, geralmente sobre um tempo que não volta mais.

A história sobre os dois homens, na sua intenção mais branda, aborda a concepção de que nada muda para o mundo e muito menos para suas gerações futuras, mesmo que se tenha tecnologia, o modelo de sociedade ainda vive em moldes primários e primitivos. Imagina se dois homens de meia-idade conversam sobre um assunto abordando o mesmo tema relacionado a jovens. Os seus velhos passados faziam o mesmo, e é bem provável que hoje você converse esse assunto, dependendo da situação temporal em que você está.

O fato de se julgar jovens irresponsáveis, crianças sem juízo e mulheres prostitutas sempre existiu e foi um problema para ocupar a cabeça dos desocupados. O mais intrigante dentre esses julgamentos é o ponto crítico totalitário da massa, que sempre foi e acredito que ainda vai ser para uma grande maioria muito mais fácil: falar sem saber e pré-julgar sem conhecer. A busca por conhecimento é longa e árdua, e ter opinião própria é uma virtude desde os tempos em que o homem apenas murmurava pensamentos e não os emitia, por não saber expressar seus íntimos. Não se pode estudar um molde de sociedade sem antes ter vivenciado a mesma. Não é igual a cálculos, onde se tem o resultado exato após se fazer inúmeras contas e rotas. Para se chegar a um único ponto que seja, no mínimo favorável para todos, é preciso vivenciar esse ponto. Os exemplos de democracia são recentes, se comparados a reinados passados e civilizações antigas. Grupos sobreviviam mais e melhor, enquanto os que buscavam prosseguir sem amparo, automaticamente eram esquecidos, e pessoas assim morriam em fogueiras ou em forcas, simplesmente pelo fato de não cederem a ideias de costumes religiosos ou políticos.

Não se tem certeza do que é bom ou ruim, sendo que esse assunto sempre foi abordado e discutido, seja por homens a milhões de anos atrás, seja por homens o discutindo daqui a milhões de anos no futuro. É como se tudo não passasse de mera perda de tempo, assuntos rotineiros apenas ocupam as cabeças vazias de quem não consegue absorver maiores irregularidades no plano social. O seu time de futebol não vai passar a vencer mais, simplesmente pelo fato da sua torcida organizada declarar violência gratuita em estádios de futebol. O seu deus não vai te perdoar pelo dinheiro a mais que você coloca na hora da oferenda e muito menos o seu chefe vai te dar aumento ou no mínimo considerações apenas por você reclamar do serviço com seus amigos na mesa de um bar. A crítica é necessária, contando que seja construtiva e inteligente, sendo que essa precisa de aceitação de quem a recebe.

Os jovens não vão melhorar apenas pela conversa alheia da vizinhança na beira de uma calçada enquanto aguardam o ônibus para o trabalho, muito menos o país vai se aprimorar com críticas dirigidas à televisão em voz alta enquanto se assiste ao jornal ou a alguma novela reprisada. Normalmente, acha-se proveitoso falar mal do outro, mas aceita-se muito pouco a opinião alheia. O cenário que compõe o todo ainda sobrevive, mesmo depois de ter criado inúmeras espécies que o desrespeitam. Contudo, sabe claramente que as que vivem mais são muito mais velhas do que nós, meros humanos. Imagina-se ser possível daqui a milhares de anos uma nova concepção de vida, colhendo nossos fósseis e aceitando claramente que são mais evoluídos do que a gente.

Os problemas sempre serão discutidos, mas o melhoramento desses problemas, diga-se dessa maneira, não vai perdoar quem não aceitar o futuro. Homossexuais sempre existiram; quantos não caíram na Alemanha? Os negros são a raça humana mais velha do planeta. A Igreja Católica já foi um monopólio, as mulheres não trabalhavam há um século atrás e os reis ainda existem. Temos muito pouco tempo de vida para aprender sobre tudo, e ainda assim, insistimos em falar de assuntos tão passados e sem importância. O mundo é feito de comunicação, não há de se negar, mas o fato não é esse; é simplesmente usar esse meio para construir algo. A comunicação gerou as maiores revoluções do homem, no exato momento em que o ser humano aprendeu a expressar seus pensamentos, deu-se início à concepção entre bem e mal. Até então, se comia para sobreviver e fugia para não virar comida, como no mundo animal. Se respeitava quem era maior, havia uma hierarquia, uma cadeia alimentar. Quando se emitiu o conceito de expressar os sentimentos, foi que passamos a buscar entender o conjunto. Nos organizamos melhor e aprendemos que nunca se vence uma guerra lutando sozinho. A partir daí, passamos só a nos comunicar, dando-se princípios para o processo de evolução social.

A história, se analisada a fundo, é a ciência mais eficiente que existe. Tudo o que temos é registro da comunicação deixada por antepassados que buscavam o entendimento alheio, exportavam seus pensamentos para fora; com a fala e posteriormente à escrita, desde os signos estampados em cavernas milenares até blogs na internet. Tudo o que sabemos e buscamos está gravado na história. E a história está entre nós há bem mais tempo que a Bíblia ou qualquer teoria chamada Big Bang. Acredita-se, entre alguns, que o espaço é finito e não tem fim. Essa ideia de pensar que algo pode de fato não ter paredes ou que nunca vai acabar é plenamente natural a nós, por isso a fantasia de uma outra vida, com os princípios humanos de bem e mal, ruim e bom, preto e branco, meio e inteiro. Essa fantasia de viver no céu ou no inferno é construída pela nossa imaginação, porque, pensando bem, seria frustrante não continuar; a vida é tão mágica, afinal.

O ser humano que comete suicídio é um ser humano fora de todas as expectativas representadas pela vida, pois acredita na falha e se joga no esquecimento interno. Nenhum outro animal da face terrestre comete tal irregularidade; é constante a luta pela vida, por isso precisamos acreditar em algo ou alguém que possa cuidar de tudo isso. Os deuses já foram muitos no passado: Zeus, Sol e outros da Grécia, Egito, Japão, entre tantos. Jesus é uma gota no oceano do tempo e da história social. Não sou ateu, só estou me referindo à palavra criada pela Igreja Cristã, nada além disso. “A mentira repetida várias e várias vezes passa a ser uma verdade incontestável”… Não há de se negar que não tem sentido acabar; por isso passamos a buscar um lado espiritual nas coisas, na vida. O que antes era tratado como magia pelos anciões era, de fato, a medicina da época abordada pelos curandeiros; hoje é a fantástica medicina, e todos nós sabemos que os mágicos, de fato, não passam de charlatães. Tudo se torna muito evidente quando os anos correm e entendemos pensamentos alheios, sendo que estes são apenas mensagens enviadas através da comunicação. Passamos a entender o que o próximo quer dizer, e quem não grava essa comunicação se perde no vazio do nosso eterno espaço.

A Bíblia é o livro mais contemporâneo e inteligente que se difundiu para o mundo utilizando os meios de comunicação. Você acha que os escritos mais sagrados do mundo estão no Vaticano à toa, apenas pelo fato deles não se perderem no tempo. Inúmeros estudiosos lutam contra o poder da igreja em manter escritos antigos escondidos, pois se sabe que são escritos fundamentados na lei mundana e com ideologias contrárias à Igreja. A Bíblia explica tudo de forma espiritual e mágica, não se leva em consideração mais estudos e mais opiniões diferenciadas. Todos os livros que compõem a Bíblia são de assuntos relacionados ao mesmo segmento de crença. Se Jesus teve apenas 12 apóstolos, por que o livro sagrado tem 73 livros, sendo 46 do Antigo Testamento e 27 do Novo Testamento? Contudo, a abordagem dos temas é sempre com o mesmo objetivo de simbologia espiritual. Poderia conter em livros do Antigo Testamento citações dos filósofos mais influentes do pensamento humano, como Aristóteles, Sócrates, entre vários outros, mas a diferença humana em estabelecer bem e mal criou-se dentro da própria igreja, sendo que esta deveria propagar apenas o bem. O juízo de céu e inferno é a prova concreta dessa divisão. Digo isso não só em relação àquelas que exploram pessoas, capitalmente falando, onde se compra terrenos em um outro plano considerado céu, admitindo que hoje é, com certeza, a maioria que oferece esses serviços.

O problema sutil aos olhos sociais são os pequenos e irregulares diálogos que atingem a integridade moral de uma pessoa, uma família ou até uma comunidade, seja ela qual for: homens, mulheres e até bissexuais. Quem gosta de ser criticado? Praticamente ninguém. Gera-se revolta interna, a aceitação de algo diferente arranha as estruturas corporais de um indivíduo. O grupo maior tem vantagem, até o ponto em que é preciso uma conversa; antes disso, não existe acordo que faça um determinado grupo de pessoas iguais desistir. Contudo, é um processo lento e rigoroso. É inevitável pensar que pessoas vão aceitar ordens; nenhum animal do mundo utilizou de escravidão se não o homem. É absolutamente inviável e impossível, digo, escravidão mental à qual ainda somos reféns incontestáveis. Não há de negar que absorvemos pensamentos comuns aos nossos para que tenhamos companhia e entendimento. A busca para ser aceito e passar a participar de uma comunidade é muito mais buscada do que se possa imaginar. E ainda mais intenso que isso é a busca por tentar entender o que a nova comunidade pode oferecer aos que já tomam conta da sociedade atual. A busca por entender o que o próximo quer expressar é constante e primorosa.

Debaixo do sol não há nada de novo; está na Bíblia e na cabeça do homem desde os tempos da roda, ou ainda muito mais atrás do que isso. Não há nada de novo que não seja velho. A partir de uma expressão, se pode adivinhar o que você está sentindo; exalamos pensamentos com os olhos. Imagine a ideia de não entender o que o próximo quer dizer. Pessoas que não veem, ainda assim, conseguem participar do meio totalitário, onde alguns chegam a se tornar grandes artistas memoráveis. Existe aceitação na sociedade, enquanto que, para os surdos, não há lugar algum que os mesmo possam ser encaixados; esses nem sequer conseguem uma Lei de cotas para empregos públicos, porque não seria possível empregá-los. A comunicação é essencial para se aproximar de outros e entender o que esses outros querem. Sem isso, só se passa por passar, só se age apenas pelo instinto. Imagina-se que poderia ser horrível não enxergar cores e formas, mas mais ruim do que isso seria não entender essas cores nem essas formas.

O diálogo da história acima se passa antes de Cristo. O assunto é dialogado há 2500 anos atrás, sendo o tema discutido até os dias atuais. Pode-se concluir que as coisas sempre estiveram ruins aos olhos sociais, mas nem por isso o mundo se acabou ou piorou. O girar da Terra é contínuo e permanente; as pessoas continuaram nascendo, morrendo, praticando atos ruins e bons. Como dizia Raul Seixas, em uma de suas músicas:

“… já dizia o Eclesiastes, há dois mil anos atrás, debaixo do sol não há nada de novo, não seja bobo, meu rapaz…”

Nada do que se vê ou que se faça é novidade; a novidade é nova apenas para quem ainda não a conhece. Contudo, ela sempre existiu. Não é por não conhecer leis que você não está ciente de que elas existem; a lei existe, e sempre existirá. Não é a lei que se adapta a você, e sim você que deve se adaptar a ela. O meio é cruel, e se resume a saber quem manda e quem é comandado. Quando se tem um princípio de que é preciso conhecer tudo, você aceita as coisas com maior facilidade e mais clareza. Para se buscar entender tudo, temos que aprender o que é conhecer tudo, o que não é para ser conhecido e o que será encontrado se seguir aquela lógica. Cada busca é uma resposta, e cada resposta é uma mensagem. A busca sempre esteve presente; para os Egípcios e maias, o espaço já era infinito. É de fato intrigante a ideia de ter algo sem fim, e isso é conhecido desde os tempos antigos. O homem gosta de olhar o céu, porque é grande e misterioso. Não se sabe o que se encontra lá, mas é incontestável a curiosidade do ser humano. Até os mesmos buscam entender o espaço, seja com teorias ou até mesmo buscando entender os astros, mas o ser humano nunca encontrará o que está procurando. O mais próximo de ter esse entendimento é se conhecer, mas nem mesmo isso o ser humano faz. Passamos a vida toda sem se conhecer, ou pelo menos na busca incansável desse conhecimento.

Pode-se concluir que a lógica do ser humano é um caminho árduo e longo de ser percorrido; não existem respostas prontas para as perguntas; isso apenas passa na sua cabeça. Acreditar em deus é fácil; difícil é procurar conhecê-lo, como também é muito mais difícil ser melhor do que você foi ontem. Isso passa a ser um exercício constante, assim como as conversas, as opiniões e o respeito. Enquanto pessoas paradas em lugares paradisíacos passam a acreditar que o mundo é dos inteligentes, esquecendo-se que vivem em um mundo onde cada um precisa viver e entender o próximo. Ninguém consegue entender o próximo sem antes se entender. E nunca ninguém vai conseguir entender tudo; esse é um dos principais motivos pelo qual todos os velhos, incontestavelmente, acham o mundo perdido; até mesmo o mais otimista vai ver o mundo nesse estado em que se encontra.

Em um texto como esse, já escrito há 2500 anos, se encontra as mais primitivas respostas, assim como as mais futuristas conclusões. Não se pode afirmar que alguém está errado, se esse alguém já foi você em outro momento da vida, assim como naquela época dos homens sentados na varanda, você pensaria a mesma coisa, talvez com outras palavras, mas pensaria. Eles pensavam e, dependendo da época, como eu penso, como nós pensamos, eles pensariam o mesmo que a gente. O problema é o dilema do tempo; se viajássemos para o passado e falássemos sobre o futuro, certamente a resposta seria: “você é louco”. A lógica para o que está por vir é essa; o seu destino depende única e exclusivamente de você e do que você pensa sobre o que vem pela frente. O futuro é muito lógico, por isso é ilógico. Não importa o que acontece, você sempre está pensando o que irá acontecer. Sendo assim, por mais que a ideia seja futurista, ela já acontece, pois se pensa nela.

A velhice é a melhor época para se perceber o que é futuro e o que é passado. O futuro para quem já viveu, realmente é passado; a única coisa que realmente acontece é o presente, e esse é muito breve. A infância é muito longa para quem quer ser grande, mas para quem é grande, o tempo passa muito rápido. Você se torna adulto e vive uma vida inteira, mas de repente você é velho, e acha que a vida passou rápido demais. O futuro é passado, a vida é uma só, e você precisa aproveitá-la; a melhor coisa é o agora. O problema é que quando você percebe o que é melhor, já passou da hora de viver; não há mais tempo. Você precisa mesmo é buscar ser feliz a vida toda, e não esperar acontecer. Acontece, simplesmente acontece.

E como já dizia o Eclesiastes: “debaxo do sol não há nada de novo; o que foi, isso será; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol”. Por isso, viva o agora, faça o melhor, seja feliz e busque ser feliz a todo momento. O que importa é o hoje, o agora. O passado é uma lembrança, o futuro é um sonho. Viva a realidade do agora e seja feliz.”

Espero que essa versão corrigida tenha sido mais clara, coesa e adequada ao seu objetivo. Se precisar de mais alguma ajuda ou correção, estou à disposição!

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2 anos ago Crônica, Ensaio, Filosofia, Reflexão • Tags: comunicação, evolução, reflexão, sol

Firefly REMAINS of construction and people man reflecting in the environment with natural lighting,

Resquícios

Em determinado dia, ele notou e compreendeu que tudo o que tinha vivido até ali, no segundo instante em que sua consciência gritava o que ele levou tempos buscando, parecia algo que desfecharia todo o cenário anterior e calaria seus rumores e pretextos para o futuro. No entanto, como já sabia também, esse desfecho não estaria concluído até que sua segurança em dizer e afirmar algo que não tangia fosse verdadeira, de dentro para fora e não o contrário. Isso sim seria uma certeza. Acredito que ele queira se tornar limpo, verdadeiro consigo mesmo. Em outras palavras, ele almejava ser o menos hipócrita possível, mesmo sabendo que por mais que neguem e digam que não, as pessoas sempre haverão de ser hipócritas, umas mais e outras menos, mas todas elas com manobras discursivas muitas vezes convincentes e originais. No entanto, a maioria quer esbanjar vaidade ao invés de humildade, soberba e “afins”. O importante é convencer e não contribuir ou ensinar.

Sua conclusão até ali foi tão rápida e suntuosa que decidiu expor seus pensamentos, jogar para fora, libertar o que ele achava válido e esperar uma retórica digna de reflexão, algo que tivesse um sentido contido, que agregasse mais e mais evidências às suas insanidades. Na maioria das vezes, essas ideias tinham valia para ele. Acreditava que elas o levariam à autorrealização. Não carregava dúvida quanto a isso, apenas queria compartilhar o que pensava para poder aguardar o remate de suas eventuais certezas. Em contrapartida, aguçava os seus sentidos ao imaginar um mundo de verdades absolutas, um mundo onde pessoas poderiam se entender apenas através do diálogo e palavras lançadas, se defender sem ter de utilizar arrogância ou qualquer que fosse o contra-ataque depreciativo. Essa vontade era maior que o próprio dono dela. Afinal, quando se utiliza do bom senso para dizer o que pensa, esse pensamento não pode causar estragos a alguém que também o aguarda com bom senso.

À medida que escrevia, conseguia discernir suas metáforas antológicas que só tinham valia ali, de frente para ele, na sua tela de LED de 20 polegadas. Quanto mais prosseguia, imaginava como seria o desfecho daquele que poderia ser uma de suas “obras-primas” ou simplesmente mais uma de suas inofensivas horas perdidas delirando e explanando a sós consigo mesmo. Uma ironia, satisfazer a si próprio esperando um retorno melhor ou, no mínimo, compatível com seus argumentos, sendo que já estava terminado e aprovado pelo mesmo. No final, ele seria a maior autoridade em seus pensamentos e uma opinião divergente talvez não o convenceria naquele momento.

No fim, lançou suas anotações e aguardou pacientemente uma retórica ao menos curiosa de algum interessado.

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2 anos ago Filosofia, Reflexão • Tags: reflexão

Firefly greenhouse with Nepenthes and orchids, sunlight coming through the windows, vertical garden,

Entre Flores e Segredos

Capítulo 1: “A Estufa da Senhora Leocádia”

A velha senhora Leocádia passava suas manhãs na estufa, o coração pulsando em sincronia com o verde exuberante que a cercava. Ali, em meio ao aroma adocicado das flores em flor, ela encontrava refúgio do mundo que parecia tão cruel lá fora.

Seus dedos enrugados deslizavam suavemente pelas folhas das Nepenthes, cada toque uma carícia amorosa às suas protegidas. As plantas, suas companheiras silenciosas, pareciam compreender as palavras não ditas de Leocádia, oferecendo consolo nas horas de tormenta.

As orquídeas pendiam em cascata, enfeitando os cantos da estufa com uma profusão de cores e formas, enquanto as samambaias se erguiam majestosas, criando um delicado véu de folhagem que dançava com a brisa suave. Dente de leão, com sua simplicidade e resistência, erguia-se ao lado da imponente flor do deserto, uma explosão de pétalas em tons de rosa e carmesim.

No entanto, era a Nepenthes que verdadeiramente roubava a cena, suas folhas enormes e cilíndricas dominando o espaço. De cada uma delas pendia uma armadilha mortal, pronta para capturar presas incautas. Era um espetáculo impressionante, a coexistência pacífica de beleza e perigo.

Enquanto o sol atingia o seu zênite, Leocádia emergia da estufa, os ombros curvados sob o peso do tempo. Nas ruas tranquilas do antigo bairro, ela se esforçava para manter a aparência de uma senhora gentil e serena. Cumprimentava os vizinhos com sorrisos calorosos e palavras amáveis, mas no fundo de sua mente, as queixas sussurravam como um murmúrio constante.

“Eles não entendem”, pensava Leocádia, olhando ao redor, observando os rostos passarem. “Não sabem o que é carregar o fardo do passado, o peso das escolhas que não tive. Culpa deles, culpa do tempo.”

No entanto, por trás da fachada de tranquilidade, Leocádia guardava um turbilhão de emoções. A solidão, muitas vezes, era sua única companheira verdadeira. Às vezes, ela imaginava que as plantas a entendiam melhor do que qualquer pessoa. Elas não julgavam, apenas acolhiam.

À medida que o crepúsculo tingia o céu de tons dourados, Leocádia retornava à sua estufa, onde o mundo parecia desvanecer. Ali, entre as sombras alongadas das plantas, ela encontrava consolo para a alma cansada.

Na penumbra, Leocádia sussurrava para suas plantas, compartilhando segredos que nunca ousara revelar ao mundo. “Vocês são minha fortaleza, minhas confidentes. Com vocês, posso ser eu mesma, sem máscaras, sem julgamentos.”

E assim, a senhora Leocádia encontrava seu equilíbrio frágil entre a realidade que enfrentava e o refúgio que a estufa lhe proporcionava. Um santuário de vida em meio à sua jornada solitária, onde as queixas podiam ecoar livremente, sem julgamentos. Ali, Leocádia encontrava a paz que buscava, pelo menos por um breve momento, antes de enfrentar o mundo novamente, sempre com a determinação de uma senhora gentil e serena, ocultando suas dores sob a fachada da calma e paciência.

#Continua

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2 anos ago Conto, Ficção, Romance • Tags: drama, flores, segredos, solidão, suspense, velhice

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Falar não dói

Comunicação assertiva! Já ouviu falar? A assertividade é feita de empatia e a sua falta causa transtornos que poderiam ser evitados. Alguns resultados são mal-entendidos e, em alguns casos mais sérios, julgamentos injustos.

A falta de uma comunicação clara e direta aumenta consideravelmente o erro dentro de uma equipe, família ou grupo de amigos.

A assertividade implica na habilidade de expressar opiniões, sentimentos e necessidades de maneira direta, respeitosa e honesta. Quando essa habilidade falha, abre-se espaço para o ruído na comunicação e, em alguns casos, um grande mal-entendido.

Não há nada de errado que não possa ser resolvido com diálogo.

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2 anos ago Psicologico, Reflexão

anos 90

Anos 90

Às vezes começamos do jeito errado, mas no final o otimismo permite e nos ajuda a continuar a busca pelo certo, sempre com uma gota a mais para benefício próprio, é claro, sorrindo enquanto outros choram. O ideal seria pensar em todos de forma plana, igual, e não como em uma balança. A verdade é que isso não acontece. Podem haver casos, claro, as exceções ainda existem, e no mundo real isso é apenas uma mera coincidência.

O ideal é começar pelo começo, o princípio na maioria das vezes pode ser incerto, e isso acaba se tornando um enigma. Mas reforçando o pensamento, buscando lembranças, consigo buscar sentidos. Acredito que tenha sido pelos meus quinze anos. A era das flores adolescentes, hormônios, lágrimas, angústias, sorrisos, olhares, onde tudo é um ápice de emoções, de descobertas. Enfim, no final das contas existe uma senhora culpada e causadora de todos esses transtornos juvenis, e essa tinha um nome fascinante e atraente como a própria, singular e original, eu particularmente adorava, gostava, achava perfeito para seu rosto e seu humor, que acompanhava lindos cabelos loiros e sutilmente lisos, definitivamente atraente, bastante atraente. Poderia pensar que apenas a achava tão perfeita, mas não, de jeito nenhum, ela sempre havia sido muito cobiçada, por olhares que cruzavam seus olhos nos corredores estreitos da escola, na sala de aula, onde eu mesmo me pegava fazendo isso, vivia a observar seu nariz pequeno, sua boca rosada, queixo fino, bochechas levemente avermelhadas pelo fato de viver sorrindo, dentes à mostra, brancos. Suas bochechas tinham aquele furinho, por assim dizer, charmoso, definitivamente era um charme, e o melhor de tudo, lindos e sublimes olhos verdes, grandes, vivos, sempre atentos. Retribuía olhares a quem conquistasse sua atenção, permanecendo com este vidrado até a desistência daquele que teimava em continuar olhando, gostava de jogar, sabia o poder que tinha e sabia usá-lo. O melhor disso é que a gente tinha uma amizade, tinha algo até mais que isso, não sei o real motivo de não ter dado em nada. Meus estranhos hábitos; sempre tímido e demonstrando que estaria ali na hora em que ela precisasse, acredito que foram colaboradores, talvez a mesma idade atrapalhasse também; mulheres são sempre mais velhas psicologicamente que os homens nessa fase, isso é fato. Talvez pensasse que eu fosse infantil ou apenas um amigo e nada além disso, sendo que também existe aquela “magia” que faz a gente imaginar que a adolescência nunca vai acabar, que sempre vão existir amores, olhares, falta de preocupação e falta de tomar iniciativas. Dentre todos esses episódios, o que mais me interessa é que nós nunca tivemos nada, nem um romance ou quem me dera; um simples e inocente beijo. Apenas uma coisa suprima todo o resto, que a meu ver era especial e só se consegue sentir nessa fase; a sensação única e singular de “gostar de alguém”, sentimento inocente e novo que só vem uma vez. Não há cobrança ou ciúmes, apenas vontade de estarmos perto, isso supre o desejo de algo mais.

A lembrança é muito agradável, nos ajuda a recordar não só de momentos ou pessoas, mas de sentimentos e modos que não se sente quando se está consolidado a um novo meio de vida.

A verdade é uma só; essa foi à maneira que deixei um dos meus mais inocentes amores ir embora, sem malícia ou pretensão, apenas porque tinha que ser assim. Junto dela eu deixei os meus videogames, meus amigos de sala de aula, meu quarto, meus CDs, minha bicicleta, dentre tantas outras coisas que o tempo absorve. Não é evidente o que devemos de fato estar fazendo em relação a isso, pois quando nos damos conta, só estamos com saudade, e mais nada. No geral, o passado no fundo deixa as pessoas mais felizes. Não é só dela que sinto falta, ou do primeiro olhar que trocamos meio aos corredores da escola. É de um todo, de uma época, que no meu pensamento foi exclusiva.

A nostalgia é o sentimento mais agradável que se consegue sentir; deixa uma felicidade frágil e levanta um sorriso no rosto, casando pelo tempo. Confesso que se eu pudesse, daria essa infância para meus filhos.

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2 anos ago Crônica, Prosa Poética • Tags: Crônica, Prosa, Prosa Poetica

Tecendo Memórias

Tecendo Memórias

Enquanto observo no rio, pessoas se divertem com a energia da juventude. Dois deles encorajam um terceiro a enfrentar um desafio, instigando-o a superar limites. Como uma onda de determinação aquela provocação adentra meu ser. A atmosfera se mistura com uma sensação tranquila de introspecção e alivio da vida. Compreendo que, apesar da amizade, cada um de nós carrega uma parte íntima e única da sua jornada.

As águas que fluem à minha frente parecem mais guardar segredos de experiências passadas. Cada segundo que transborda carrega muita história, cada instante é uma peça preciosa no quebra-cabeça da vida. E mesmo assim, mesmo com múrmuros e risos ao vento, ainda há um terceiro que são o som da natureza, um estranho barulho silencioso que atravessa a solidão e nós mantem conectados a contemplação.

A vida é um espaço sagrado que nós mantêm sobre atenção plena e explora maneiras de tirar completamente nosso juízo.

É fascinante entender como momentos nós moldam e como lembranças se entrelaçam com a nossa própria identidade. Um cenário severo. Dá para notar que somos feitos de histórias, de fragmentos de tempo que se solidificam em memórias e momentos.

Cada desafio enfrentado é uma lição ultrapassada.

Afinal, a vida é uma dança entre a introspecção e simpatia, uma sinfonia de atitudes bem elaboradas e respeitosas sempre colocando o outro a sua frente, que por sua vez coloca outros e outros.

Talvez a missão seja se tornar alicerce da nossa própria construção interior.

Assim, diante do rio, permito-me mergulhar nas profundezas da essência de ser e existir, abraçando a beleza dos frames que passam como as águas do rio, sem pausa ou interrupções, para sempre constante.

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2 anos ago Inspiração, Reflexão • Tags: água que fluem, memorias, rio, segredos

necessidade da informação

A necessidade da Informação

A comunicação social exerce um papel fundamental na formação dos conceitos e atitudes das pessoas. Muitas vezes, somos influenciados por crenças e modas passageiras, que se propagam de maneira crescente e envolvente. No entanto, é importante compreender que esses conceitos não surgem por mera coincidência. Eles são construídos ao longo do tempo, através de debates e argumentações entre grupos de indivíduos com ideologias semelhantes.

Nada do que conhecemos e vivenciamos, seja de ordem étnica, ética, política, racial, religiosa ou de qualquer outra natureza, existe por acaso. A comunicação, desde os gestos mais simples até a necessidade de compreender as palavras do próximo, desempenha um papel fundamental na evolução humana. Graças aos meios de comunicação, os homens puderam progredir e se tornar mais do que apenas presas, alcançando o desenvolvimento capitalista que conhecemos hoje.

É essencial reconhecer o poder da comunicação social em nossa sociedade e estar cientes de como ela molda nossos pensamentos e valores. Ao compreender essa influência, podemos buscar uma análise crítica das informações recebidas, promovendo um desenvolvimento pessoal e coletivo mais consciente e responsável.

Ao longo dos séculos, a comunicação tem desempenhado um papel crucial na história da humanidade. Desde os tempos mais remotos, o ser humano buscou formas de se comunicar para expressar seus pensamentos, emoções e necessidades. Inicialmente, a comunicação se dava por meio de gestos, sinais e grunhidos, mas com o desenvolvimento da linguagem falada, surgiu uma forma mais complexa de interação.

Na Antiguidade, a escrita foi um dos grandes marcos na evolução da comunicação. Civilizações como a dos sumérios, egípcios e chineses desenvolveram sistemas de escrita que possibilitavam a transmissão de informações através de registros em tabuletas de argila, papiros e outros suportes. Esse avanço permitiu a preservação do conhecimento e o compartilhamento de ideias em diferentes regiões.

Com o advento da imprensa, na Europa do século XV, a comunicação de massa tomou um novo rumo. A invenção de Johannes Gutenberg, a prensa móvel com tipos móveis, revolucionou a disseminação da informação. Livros, panfletos e jornais puderam ser impressos em grande quantidade e distribuídos para um público cada vez maior, contribuindo para a propagação de ideias e o surgimento do pensamento crítico.

No século XIX, a telegrafia marcou outro avanço significativo na comunicação. O telégrafo elétrico permitia a transmissão de mensagens em código Morse a longas distâncias em questão de segundos, encurtando o tempo de comunicação entre diferentes partes do mundo. Esse meio de comunicação também foi fundamental para o desenvolvimento das redes de transporte e comércio.

O século XX foi marcado pela revolução das telecomunicações. O rádio e a televisão tornaram-se meios de comunicação de massa, alcançando audiências globais e exercendo grande influência na sociedade. A internet, que surgiu nas décadas de 1960 e 1970 como uma rede militar, expandiu-se exponencialmente nas décadas seguintes, conectando bilhões de pessoas ao redor do mundo e transformando completamente a forma como nos comunicamos, consumimos informações e interagimos.

Atualmente, vivemos na era da comunicação digital, com redes sociais, aplicativos de mensagens instantâneas e plataformas de compartilhamento de conteúdo. A comunicação nunca esteve tão presente em nosso cotidiano, permitindo a troca rápida de informações, o acesso a conhecimentos variados e o estabelecimento de conexões globais.

Nesse contexto, é fundamental lembrar que, apesar de toda a evolução tecnológica, a comunicação ainda requer responsabilidade e discernimento por parte dos indivíduos. A disseminação de informações falsas, o cyberbullying e outros problemas relacionados à comunicação digital demandam uma postura crítica e ética para garantir que a comunicação continue sendo uma ferramenta poderosa e construtiva na sociedade.

Em meio a essa incrível evolução da comunicação ao longo dos séculos, um personagem masculino se destaca como exemplo de como aprimorar a forma de se comunicar pode transformar vidas. Conheça Henrique, um homem que por muito tempo sentiu-se isolado e incompreendido por suas dificuldades em se expressar.

Henrique era uma pessoa reservada e introvertida, que frequentemente se via acuado diante de situações sociais. Sua timidez e ansiedade o impediam de se comunicar de forma efetiva, e ele carregava consigo uma sensação de frustração por não conseguir transmitir suas ideias e emoções adequadamente.

Contudo, em um momento de sua vida, Henrique decidiu enfrentar seus medos e buscar uma forma de aprimorar sua comunicação. Ele se matriculou em um curso de desenvolvimento pessoal, focado na arte da comunicação assertiva e da expressão autêntica.

Aos poucos, Henrique foi aprendendo técnicas que lhe permitiram superar suas barreiras e medos de se expressar. Ele praticou o poder da escuta ativa, aprendeu a articular suas palavras com clareza e a se comunicar de forma confiante e assertiva.

À medida que Henrique se aprimorava na comunicação, notou mudanças significativas em sua vida. Ele passou a se sentir mais conectado com as pessoas ao seu redor, cultivando relações mais autênticas e profundas. Sua capacidade de se expressar trouxe-lhe confiança e autoestima, refletindo positivamente em sua vida pessoal e profissional.

Além disso, Henrique descobriu que a melhoria em sua comunicação trouxe-lhe um maior autoconhecimento. Ao expressar suas ideias e sentimentos, ele encontrou uma nova clareza em suas próprias emoções e desejos, abrindo caminho para um crescimento pessoal e uma autodescoberta reveladora.

Essa transformação também impactou sua carreira, onde Henrique se destacou como um líder inspirador e comunicador persuasivo. Sua habilidade de motivar e engajar equipes foi reconhecida, e ele passou a desbravar novos horizontes profissionais.

A jornada de Henrique nos ensina que a comunicação é uma habilidade poderosa, capaz de transformar vidas e conectar corações. Ao se comunicar de forma autêntica e empática, ele abriu portas para uma nova dimensão de entendimento e aceitação mútua.

Portanto, sigamos o exemplo de Henrique e desbravemos as fronteiras da comunicação genuína. Pois é nesse diálogo sincero e aberto que encontramos o caminho para uma vida plena, onde podemos verdadeiramente nos conectar com nós mesmos e com o mundo ao nosso redor. Que a busca por uma comunicação significativa nos guie para uma jornada de autoconhecimento, compreensão e amor.

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2 anos ago Narrativa, Reflexão • Tags: desafio, habilidades, interpessoais, narrativa, reflexão, superação

o cara

O Cara

Estava fazendo as contas! Se eu trabalhar duro, me dedicar ao máximo e abrir mão dos prazeres do mundo, que, na maioria das vezes, custam dinheiro, talvez em dez ou quinze anos eu esteja bem de vida, com uma gorda conta bancária e satisfeito, por assim dizer. Seguiria toda a trajetória com muito esforço, paciência e perseverança, escolhendo um caminho e seguindo em frente sem medo ou dúvida. Porém, no auge dos trinta anos, sem dinheiro na conta ou qualquer socorro imediato, e sem para onde correr, fugir ou escapar, a única pergunta que me ocorre é: “O que diabos fazer agora?” Trabalhar horas a fio e me esforçar talvez seja a resposta, produzir é o que todos fazem, no entanto, continuar nesse ritmo torna difícil conseguir e aspirar a uma vida gloriosa aos sessenta ou até antes. Envelheceria com queixas e de mal humor, sem nenhum jogo de cintura e sem dançar ao ritmo da vida.

É um verdadeiro confronto da vida! O conselho mais sensato e otimista que minha autoconsciência pode me dar é fazer as coisas certas. Como? A resposta não é tão clara, apenas o clichê retorna e planejar soa como o mais correto. Criar uma meta e correr atrás dela, como quem corre atrás de comida em um fast-food na madrugada depois da balada, é o que precisa ser feito.

Portanto, caso tenha uma ideia, ao menos providencie que ela siga em frente, trazendo resultados pessoais que valem mais do que dinheiro. Junto disso, alcance resultados pessoais e mantenha o coração tranquilo e sereno. Podem dizer “amém” se quiserem, em pensamento se preferirem, mas que seja com as melhores das intenções.

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2 anos ago Reflexão • Tags: autoconhecimento, reflexão, trabalho

humanidade

Humanidade

Já que nem tudo é exato, penso e sinceramente digo que matematicamente calculando e metaforicamente questionando, pergunto! Por que querer ser? Por que ostentar sabedoria e acumular números?

– Humanidade senhores, só isso; humanidade!

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2 anos ago Poema, Reflexão

As Fases

As Fases

Quando o amor é diagnosticado, as pessoas passam a ter crises nervosas e existenciais. A preocupação é constante, principalmente em relação ao que o outro, quase sempre do sexo oposto, está fazendo. Entre esses dois seres, é comum haver intimidade e olhares carregados de interesses carnais, mesmo sem um relacionamento formal ou explícito. Percebe-se que o que realmente importa é o coração ou até mesmo a satisfação pessoal mais básica.

Ao direcionar-se ao coração, surgem ideias que envolvem um dos parceiros suspeitando que o companheiro está com outras pessoas em algum lugar. De certo modo, esse ciúme precoce tenta alertar sobre o que pode acontecer, assemelhando-se ao “chato da festa”, que insiste em acabar com a diversão antes do final, por acreditar que ninguém está realmente interessado nele. É uma situação triste. A princípio, o ciumento ou a ciumenta nega, mas fica claro para todos que o sentimento está presente.

Na segunda fase do romance, os celulares de ambos vibram constantemente por conta do grande tráfego de mensagens, com perguntas como: “Onde você está?”, “Com quem?”, “O que está fazendo?”. Essas trocas de mensagens criam um ambiente de intimidade entre o casal.

Na terceira fase, conhecida como a “prova dos nove”, acontece após vários SMS trocados, declarações, palavras de afeto e intimidades compartilhadas. Nessa etapa, o sentimento de ambos é colocado à prova, pois o ciúme retorna e tenta alertar os indivíduos sobre algo que está prestes a acontecer, podendo ser melhor para ambos ou, digamos, algo extremamente prejudicial para um deles. Dominados pelo desejo e pela vontade de satisfazer suas necessidades, ambos cedem a todas as exigências e chantagens emocionais, perdendo a capacidade de ordenar seus pensamentos e caindo na desconfiança quando um deles não retorna uma ligação ou não atende o celular. Essa desconfiança surge sempre que descobrem que um dos dois mentiu ou omitiu informações consideradas importantes para o parceiro.

Nessa fase, algo degenerativo e pertinente surge, muitas vezes levando a lugares escuros e solitários. A incapacidade de aceitar que o parceiro já não sente o mesmo nível de atração resulta em uma sensação similar a “levar um soco” ou um “tapa televisivo” no rosto, como os que são dados em novelas com fundo musical de suspense ou drama. Essa desconfiança pode levar ao declínio psicológico e pessoal, mas também pode proporcionar experiências amorosas que criam um escudo protetor para aventuras futuras.

Segundo o ditado, “onde há fumaça, há fogo”. É importante não ignorar a voz do povo e verificar as circunstâncias para constatar se realmente se trata de um mal-entendido ou se algo errado está acontecendo. Ao cair nesse ambiente, a quarta fase é deixada para trás, podendo ser chamada de paixão ou até mesmo amor para alguns. No entanto, sabe-se que paixão e amor são coisas altamente distintas e próximas ao mesmo tempo, compreensível pois uma leva à outra, mas o amor dura mais, é claro. Nessa fase, as perguntas são frequentes e geralmente feitas em tom de voz alterado, e as mensagens que antes provocavam sorrisos agora passam a incomodar e irritar ambos.

A quinta e última fase é pouco conhecida, muitos falam sobre ela, mas quase ninguém acredita em sua existência. No entanto, há quem diga que o amor sempre vence e, quando ele chega, é para sempre.

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2 anos ago Ensaio, Reflexão, Romance • Tags: amores, ciumes, desamores, relacionamentos

sinta mais

Sinta mais

Ao refletir sobre um total,
fico de frente ao algo apenas imaginável.
Não seria certo achar que um tudo já existe,
que está presente sobre nossos pés.

Não se pode ter tudo.
pois o tudo ainda não está disponível.

Saliente o que deseja, para poder buscá-lo.
Pois existem inúmeros desejos,
cada qual com seu necessário agrado,
direcionado para a auto satisfação.

Como seria viver sem buscas?
Como seria buscar sem saber?
Como seria saber sem poder ter?

O mundo gira, e com ele,
ideias, desejos particulares.

Saiba desejar, saiba buscar,
não passe apenas por passar.
No final terá sorrisos, satisfação.

Se complete adquirindo aquilo que te falta.
Vá e leve contigo sorrisos, agrados e mimos.
Mostre mais, para verem mais.

Acabo por descobrir que o todo existe,
particular de cada um.

Por mais que digam o contrário,
a vida realmente vale a pena.

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2 anos ago Poema, Reflexão • Tags: desejos, poema, sentimento, sentir

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